DOM CASMURRO
O que falar dessa obra-prima que já foi lida e relida por gerações?!
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De antemão quero dizer que foi uma ótima leitura e, se levar em consideração que era o que eu realmente precisava ler no momento, foi uma leitura completa. No final do livro cheguei à conclusão de que não se termina de ler “Dom Casmurro” apenas quando todas as páginas já foram folheadas, as dúvidas levantadas na narrativa são para a vida toda e a leitura continua com o que ficou em nossa mente... uma leitura sem fim.
Amei o livro! Acho Machado de Assis brilhante e pretendo ler “Dom Casmurro” novamente daqui alguns anos.
UM LIVRO TRANSFORMADOR
Publicado em 1970, “O Olho Mais Azul”, foi o primeiro romance da escritora Toni Morrison e é formado por quatro capítulos que apresentam questões desconfortáveis de se ler, como: racismo, violência doméstica e bullying. O romance possui uma narrativa de fácil compreensão e vale muito a pena a leitura.
Gostaria de partilhar com vocês que essa obra foi o meu primeiro contato com as palavras de Toni Morrison e foi também a primeira vez que fui inteiramente tocada e envolvida com a história da personagem principal: Pecola Breedlove, uma menina negra, vítima de bullying e racismo por ter a pele escura e o cabelo crespo, sendo considerada feia por uma sociedade que parece não ter sido feita pra ela.
Ao folhear as páginas me peguei dizendo à Pecola: “Eu sei exatamente o que você está sentindo”. A personagem tem 11 anos e reza todos os dias para ter olhos azuis. Me lembro que, com a mesma idade, eu desejava todos os dias não ter o cabelo crespo e lábios carnudos com o mesmo objetivo de Pecola: ser aceita como as outras garotas de pele clara. A jornada de Pecola com relação a esse grande desejo vocês vão descobrir na leitura do livro. Mas a minha eu já posso adiantar: O meu desejo se findou quando ganhei de presente do meu pai um CD que mudou a minha vida, e a cada música e coreografia eu me sentia abraçada e especial pela respresentatividade, dali em diante não passei a desejar uma beleza diferente da minha, e sim a admirá-la cada vez mais.
Com isso, podemos perceber o quanto a arte é transformadora e pude sentir isso aos 13 anos com o álbum B'Day da cantora Beyoncé e aos 21 com “O Olho Mais Azul” de Toni Morrison. ツ
Trecho:
“Toda noite sem falta, ela rezava para ter olhos azuis. Fazia um ano que rezava fervorosamente. (…) Levaria muito, muito tempo para que uma coisa maravilhosa como aquela acontecesse. Lançada dessa maneira na convicção de que só um milagre poderia socorrê-la, ela jamais conheceria a própria beleza. Veria apenas o que havia para ver: os olhos das outras pessoas”.
Claudia, O Olho Mais Azul - Toni Morrison.
UM LIVRO PARA SE ENVOLVER
O Morro dos Ventos Uivantes é o único romance da escritora inglesa Emily Bronte. Quando publicado (Em 1847), o volume interessou a poucos e, atualmente, é considerado um clássico da literatura Inglesa.
Na obra, a autora explora talentosamente os temas: paixão, intriga e vingança na construção narrativa da história trágica de amor entre a geniosa Catherine e o rancoroso Heathcliff.
Essa foi uma leitura que fiz recentemente e gostei bastante. E acredito que se você assistiu e gostou do filme “Anna Karenina (2012)”, terá motivos de sobra para amar essa obra.
Estrutura da obra:
Composta de 34 capítulos, "O Morro dos Ventos Uivantes" é um Romance narrado em primeira pessoa, tendo o seu narrador como participante da história.
O tempo da narrativa é linear (começo, meio e fim), seguindo o tempo cronológico dos acontecimentos.
Trecho favorito:
“O meu amor por Linton é como a folhagem da mata: o tempo há de mudá-lo como o inverno muda às árvores, isso eu sei muito bem. E o meu amor por Heathcliff é como as rochas eternas que ficam debaixo do chão, uma fonte de felicidade quase invisível, mas necessária. Nelly, eu sou Heathcliff”.
Catherine, O Morro dos Ventos Uivantes - Emily Brontë.
UM LIVRO PARA SE LER SEM PRESSA
Hoje a dica de leitura é uma obra de Chimamanda Ngozi Adichie que me envolveu até o pescoço. O livro é composto por doze contos magistrais, que apresentam variadas histórias e cenários sociais marcados através de relações familiares, perdas e objetivos pessoais de cada personagem, junto a uma narrativa impecável e fascinante.
Os doze contos têm como temas recorrentes: a raça, o feminismo e a cultura do continente africano. Similar ao som “Already”, da cantora Beyoncé, com participação especial do ganês Shatta Wale. A artista exibe um clipe fenomenal, incorporando de maneira poderosa as mesmas questões relevantes que Chimamanda aponta em “No seu pescoço”.
